quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Desta forma, ...

... me despedi da repartição.

Amigos,

Agora, me despeço do Oi Futuro. Estou feliz pela nova oportunidade, mas realmente muito chateado por deixar um grupo de amigos tão queridos. Amanhã, estaremos todos no Paraíso do Chopp, às 18h, logo depois do trabalho, ok?

Neste mês de agosto, completo exatos quatro anos de Instituto Telemar/Oi Futuro. Apesar da pose madura para convencer na seleção de estagiário, eu nunca havia trabalhado numa empresa de grande porte. Era tudo muito amplo e sofisticado. Lembro que achei confuso chegar ao 5º entrepiso e fiquei impressionado quando descobri que poderia pegar um taxi até a minha casa se saísse depois das 21h.

O tempo passou, fui contratado e passei por experiências inesquecíveis. Acompanhei os bastidores do surgimento de um espetacular centro cultural; aprendi, com muita admiração, o universo da museologia; presenciei jovens da favela se tornarem diretores de cinema; e me dei ao luxo de recusar infinitos convites para as melhores atrações culturais do Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, superei preconceitos do uso dos recursos digitais na escola; percebi que todo mundo é produtor de conhecimento; que o computador transforma a vida das pessoas; que é possível articular a iniciativa privada com o Estado, de forma honesta e sincera; e que a educação é o mundo mais interessante deste planeta.

No meu dia-a-dia, a expressão “Novos Brasis” tornou-se a mais falada, escrita, pensada. Por meio do programa, conheci pessoas e histórias de vida interessantíssimas. O Novos Brasis me permitiu acabar com estereótipos e perceber o tamanho do Brasil. No Amapá, coloquei o pé direito no hemisfério norte e o outro no sul. Fiquei com medo dos búfalos da ilha de Marajó. Tive vontade de me mudar de vez para o Ceará. Apaixonei-me pela diversidade de Pernambuco. Pulei em cima de um trio elétrico no circuito tradicional de Salvador. Passeei pelas ruas coloniais de Diamantina e Outro Preto e, em Belo Horizonte, fiz uma visita exclusiva pelo palácio do governador. E, de tanto ir para São Paulo, acho a coisa mais normal a avenida Paulista ficar afastada do centro e próxima aos nobres Jardins.

Quero agradecer à convivência de todos nestes quatro anos. Agradeço à Samara e à Arlete, com quem aprendi o que é ter liderança de forma respeitosa. Com elas, tive exemplos diários de dedicação, superação e, principalmente, de como uma pessoa consegue fazer a diferença mesmo numa empresa tão grande. Agradeço à Tatiana Laura, minha amiga querida, que dividiu as mudanças nas nossas vidas nestes quatro anos. Agradeço à Maíra, que compreendeu as minha questões e, na sua correria, sempre parou para me ouvir. Agradeço à Shirley, que, além de cuidar de mim, mostrou que a vida é melhor quando é mais simples. Agradeço à Adriana Castelo Branco, por gostar de mim de graça. Agradeço à Bruna, que enfrenta os problemas com muita energia e sabedoria. Agradeço à Zilma, que me apoiou em todos os momentos e tornou-se uma amiga. Agradeço ao André, que, sem dúvida, é um exemplo de vida e compromisso. Agradeço à Sabrina, com que, em muito pouco tempo, construí uma amizade para todos os tempos. Agradeço à Flávia e Tatiana Zanotti, pela paciência e extrema competência. Agradeço à Fernanda, pela sua alegria. Agradeço o humor do Roberto, o sorriso da Taissa, a euforia da Elaine. Agradeço ao Alberto, que sei que aprendeu a gostar de mim. Agradeço à boa parceria com a Maria Fernanda e o Márcio. Agradeço as palavras da Lúcia, a espontaneidade da Fafá, a atenção da Dani, aos conselhos do Victor D´Almeida. Agradeço ao sotaque aconchegante da Adriana Galuppo e Pedro Melo.

Em especial (e não quero ninguém com ciúme), agradeço à Renata. Entramos praticamente juntos como estagiários do Instituto Telemar. O seu jeito fechado e objetivo foram estranhos no começo. Com o tempo, descobri uma pessoa maravilhosa. Não esqueço o dia que descobri que ela chora. E chora muito! Admiro a sua competência, a sua crença na cultura, e a forma analítica como enxerga os processos. É meiga, firme, carinhosa e sincera. E torce muito por mim! Muito obrigado!

Nesta nova fase, todos já perceberam a minha empolgação. O que ninguém pode perceber nesta hora é a minha angústia, o meu medo e a minha certeza de não encontrarei pessoas tão especiais. Sei que o sentimento de todos em relação à minha saída é a alegria. Mas peço um pouco mais. Peço para que, sem o convívio cotidiano, esta alegria se consolide como amizade, mesmo depois da despedida de amanhã.

Grande beijo e até breve!

Adeus

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Depois de oito anos, ...

... acharam os meus documentos perdidos em Roma. Um milagre da terra do Papa! A viagem foi maravilhosa, inesquecível mesmo. Eu tinha 16 anos e andava solto com amigos-adolescentes pelas estações de metrô e monumentos milenares. Um outro dia, com mais calma, posso escrever sobre os muitos momentos divertidos.

Agora, o mais importante é registrar o feito! Ele aconteceu graças a Lorenna, que, sempre atenciosa e carinhosa, mandou um e-mail com o link do consulado brasileiro na Itália:

http://www.brasileroma.it/achados.html

Eu estou lá! Na letra P.

Adeus

sábado, 9 de agosto de 2008

Dia 9 de agosto de 2008.

O dia na Candelária foi bastante produtivo. Demorei para chegar, pois tive problemas com o gravador. Com o problema resolvido, peguei o ônibus e depois o trem. Lembrei que, na última vez, fiquei com medo do traficante armado. Talvez, fosse interessante ter, novamente, uma declaração de pesquisador da faculdade. Mas hoje é sábado. Está tudo programado e nada vai dar errado. E não deu mesmo. Ao chegar, Kely reclamou do atraso e conversamos sobre o projeto que mandamos ontem para o edital de financiamento do Instituto Unibanco. Ficou legal e agora é torcer!

Kely havia marcado a conversa com o Sebastião, que só gosta de ser chamado de Sebastian. A mudança é sutil, mas, pelo que ouvi, fundamental para o bom relacionamento. Ele é dono da videolocadora, localizada na série de lojas ao lado direito do campo da Candelária. Ele não estava. No seu lugar, acabei conversando com o Hilder, que trabalha para o Sebastian na videolocadora. No início, ele estava bastante tímido e demorou para entender a função da conversa. Mas foi se soltando e acho que levou o papo com tranqüilidade. Tudo melhorou quando a Ane entrou na sala. Eles são namorados e, como não tive como expulsá-la, resolvi aproveitá-la para a entrevista. Foi ótimo! Os dois ficaram mais acessíveis e a conversa fluiu muito bem. Apesar de terem nascido e crescido na comunidade, o casal se conheceu pelo Orkut e se apaixonou pelo MSN.

A conversa seguinte foi com o Jeferson, dono da lan house e fornecedor do Veloxgato para mais de 120 casas da Candelária. Além de forte liderança na comunidade, ele já é figura fácil nas entrevistas do CAC. Disse que já conversou com o João, a Ana e mais outra menina. Será a Lilian? Fiquei com receio dele vir com respostas prontas, mas, ao final, acho que a sua “experiência” facilitou o papo. Ele falou bastante, talvez por saber que o conteúdo não vai lhe gerar nenhum tipo de problema. Grande parte da entrevista foi dominada por assuntos muito técnicos: DOS, Windows 3.11, hubs e fiação. Tentei puxar para questões mais ligadas ao cotidiano e à sua história de vida. Até que consegui, mas, muito provavelmente, vou querer conversar novamente com ele. No final, percebi que Jeferson estava mais interessado na cerveja e resolvi acabar. Mesmo assim, ele me mostrou a lan house muito satisfeito.

Já era fim de tarde. Eu havia planejado conversar com a Flávia também. Mas ela estava fazendo a unha. Não pude mais esperar e remarquei para o próximo sábado.