segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Nunca fui...

... fã de música sertaneja. Obviamente, continuo não sendo. Mas confesso que adoro a “Evidências” do Chitãozinho e Xororó. É aquela que todo mundo conhece: “Chega de mentiras / De dizer que não te quero / Vou negando as aparências / Disfarçando as evidências”...

O mais interessante é que não desenterrei este gosto estranho ao assistir o Domingo Legal com o Gugu ou a Homenagem ao Artista do Raul Gil. A apresentação empolgada do pai e tio de Sandy & Junior foi no Vídeo Music Brasil da MTV, em um número especial com a tal da banda meio emo Fresno. Tudo muito esquisito, mas ficou ótimo! Como já diz uma das minhas comunidades no Orkut: Ouço mil vezes a mesma coisa. Nesta versão, foi: assisto mil vezes o mesmo vídeo no YouTube.

Fiquei pensando o inusitado desta apresentação. Claro que não foi pelo fato de colocarem dois artistas “diferentes” na interpretação da música. Isso já é coisa batida, que acontece desde o Chacrinha até os eventos da Coca-cola. O marcante foi perceber como os produtos culturais considerados bregas, rechaçados, inferiores tornam-se cults, charmosos, legais.

Rapidamente, posso resgatar alguns exemplos: os folhetins do século XIX; as histórias em quadrinhos, as canções do Roberto Carlos, os filmes do Charles Chaplin, o acordeom do Luiz Gonzaga, as marchinhas de carnaval, a deusa da Rosana, o erótico da Luz del Fuego, o tubarão do Spielberg, o funk da favela em que eu nasci.

Isto acontece pelo resgate do que foi produzido no período imediatamente anterior. Será que caminhamos para referendar aquilo é que ruim ou para reconhecer as possibilidades criativas? Como otimista que sou, fico com as “Evidências” da segunda opção.

Adeus

Nenhum comentário: