... da Uruguaiana. Não somente pela praticidade e preço, mas também pelo clima de mercadão popular. O andar pelas galerias me leva a um imaginário de feiras marroquinas ou tailandesas, apesar de nunca ter estado nestes locais. Já comprei brinquedos para os sobrinhos e CD pirata, mas nada que não poderia ser encontrado em outro camelódromo da cidade.
Mas tem coisas que só a Uruguaiana vende para você, né? A minha demanda comercial desta vez era a frente de um rádio para automóvel. Obviamente, o carro não é meu. Não comprei um motorizado e saí por aí barganhando frente de rádio. A negociata era para o Mauro, que perdeu o assessório sonoro quando fomos ao aniversário no Atlântico. Não sabemos se caiu no asfalto ou se esquecemos no teto.
Na semana passada, fui perguntando:
- Quero comprar a frente de um rádio? Sabe onde acho?
- Com o Carlinhos – eu ouvia dos locais. Encontrei Carlinhos e encomendei o produto.
Ontem, retornei ao mercado. Não sabia a localização da loja de Carlinhos e tive que perguntar tudo de novo. Ao encontrar Carlinhos, perguntei:
- Oi! Você conseguiu o Pionner 1880G?
- Consegui sim.
Homem ao lado interrompe:
- Carlinhos, me dá logo o produto que estou com muita pressa. A minha mulher está no carro, me esperando com um revólver.
Carlinhos não dá muita bola. Procura entre o produto dentro da bagunça organizada e acha uma peça inteira: frente e corpo do rádio.
- Aqui está o rádio. Você quer só a frente, né? 90 reais.
Homem interrompe novamente:
- Pô Carlinhos. To com pressa. Vamo lá.
Eu foco no vendedor, peço desconto, mas o preço não cai. O homem tenta interromper novamente, mas, Carlinhos, que é ótimo vendedor, não dá bola pela terceira vez. Resolvo pagar os 90 reais e saio feliz!
Descobri mais uma qualidade da Uruguaiana: o cliente tem mais valor que o marido que larga a mulher tomando conta de revólver. É justo.
Adeus
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
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